A Terapia Cognitivo-Comportamental-TCC trata-se de um tratamento de primeira linha para tratamentos do sono, depressão, transtorno bipolar, transtornos ansiosos como ansiedade de separação, pânico, ansiedade de doença (hipocondria), transtorno de estresse pós-traumático, ansiedade generalizada, transtorno obsessivo-compulsivo, luto por morte de um ente querido ou divórcio e entre outros problemas.
POR QUE A TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL É TÃO RECOMENDADA?
A TCC tem sido muito recomendada porque, em geral, ela produz respostas bem rápidas em relação a mudanças de pensamentos, a mudanças de sentimentos e gera novos comportamentos mais adequados para a realidade do paciente. Ela é uma abordagem profunda e direta, sendo necessária a contribuição do paciente.
Existem inúmeros estudos que comprovam a efetividade e sua eficácia na maioria dos problemas do viver, ou seja, por se tratar de uma aplicação de metodologia e estatísticas próprias da ciência médica a Terapia Cognitiva- Comportamental é reconhecida e validada para diversos problemas. Pode ser aplicada em crianças, adolescentes, adultos e idosos.
A Terapia Cognitiva-Comportamental também conhecida por TCC se caracteriza por ser uma abordagem psicoterapêutica estruturada, de participação ativa entre psicoterapeuta e paciente, voltada para o presente. Esta abordagem baseia-se no Modelo Cognitivo e envolvem uma ampla gama de técnicas específicas e procedimentos predominantemente cognitivos e comportamentais, que visam à modificação dos padrões de pensamentos, bem como as crenças disfuncionais que causam ou mantêm sofrimento emocional e/ou distúrbios psicológicos no indivíduo.
Segundo o modelo cognitivo, é possível identificar três níveis de cognição: os pensamentos automáticos, no nível mais superficial e espontâneo, que surge na mente diante de diversas situações do cotidiano; as crenças intermediárias, onde conteúdos cognitivos aparecem sob a forma de regras e suposições ligadas ao nível mais profundo, que são as crenças centrais a respeito de si mesmo, dos outros e do mundo, que se formam a partir de experiências remotas da infância (Beck, 1997).
Então, por exemplo, imagine uma pessoa que tem uma crença central ligada ao fracasso, ela tende a descartar as evidências que mostram que ela consegue fazer certas coisas e confirmar aquelas que mostram que ela é realmente uma fracassada.
Ela tem ideias absolutistas de si (sou um fracasso), dos outros (as pessoas são falsas), do mundo (o mundo é hostil, perigoso). Logo, essa pessoa pode se sentir arrasada com essa crença central e descartar a informação de que ela foi bem em outros momentos, logo ela se afastada das outras pessoas, passa a achar que nada na vida vale a pena e pode começar a ter comportamentos autodestrutivos ou até agressivos , mesmo sendo mostrado seus sucessos em determinadas situações da sua vida.
A premissa básica da TCC é que nossas emoções, sentimentos, reações fisiológicas e os nossos comportamentos (ações) são determinados pela interpretação (cognições) que fazemos de uma determinada situação (algo que acontece). Ou seja, o modo como as pessoas interpretam as situações são determinante da maneira como ela se sente (seu estado de humor) e fisiologicamente, e de como ela se comporta (ações).
Quando falamos em cognições estamos falando de estruturas cerebrais que envolvem a avaliação e a interpretação da realidade em todo o padrão. É uma espécie de filtro cognitivo. A ideia básica da TCC é como nós formamos a realidade, tendemos a interpretar a realidade descartando as evidências contrárias a uma determinada crença e selecionamos informações que confirmem essa crença.
O QUE SIGNIFICA?
TERAPIA: CUIDADO (nesta abordagem significa o cuidado com a mente e com as reações emocionais, físicas e comportamentais);
COGNITIVO: CONHECER/CONHECIMENTO (referem-se aos processos mentais envolvidos no conhecimento, tais como interpretação, percepção, atenção, memória, raciocínio lógico, julgamento, além de habilidades como a capacidade de planejar uma atividade ou solucionar um problema);
COMPORTAMENTOS: (são dividos entre públicos e privados)
Os públicos dizem respeito a tudo que a pessoa faz e o que NÃO faz também são comportamentos, suas ações, atitudes frente a uma situação.
Já os privados dizem respeito a tudo que passa na cabeça da pessoa, seus pensamentos, lembranças, imagens, sonhos.
A TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL TRATA SÓ DE DOENÇAS?
Não. Embora seja mais comum a pessoa buscar por ajuda quando percebe prejuízos em sua vida, a TCC não trata só de transtornos, ela é utilizada também para a pessoa que quer se conhecer melhor , num nível mais profundo (autoconhecimento), descobrir seu sistema de valores, para aprender a desenvolver metas e planejamentos a curto, médio e longo prazo, orientação profissional, recolocação no mercado de trabalho, desenvolver habilidades interpessoais (para melhorar relacionamentos), divórcio e entre outros. A TCC também é para prevenção à saúde mental, emocional e a outros problemas.
COMO FUNCIONA A PSICOTERAPIA?
Na psicoterapia, inicia-se o processo de investigação e identificação dos pensamentos, crenças, emoções, sentimentos e comportamentos a partir das queixas do paciente. Nesta avaliação é possível perceber qual ou quais estão sendo prejudiciais ao seu bem-estar, à sua saúde (mental, física e social). Já na avaliação o psicoterapeuta inicia a conceituação do caso, dando continuidade no decorrer do tratamento.
O psicoterapeuta é um facilitador no processo de mudança. Partindo da conceituação do caso ele auxilia para que o paciente conheça aspectos sobre seus pensamentos, suas emoções e seus comportamentos que estão interferindo diretamente na relação com ele próprio, na elação com os outros e na forma como se relaciona com a sua vida/mundo. Não só conheça, mas o psicoterapeuta tem ferramenta para ensinar como mudar essa tríade cognitiva, como alterar esse padrão de funcionamento que traz tanto prejuízo e sofrimento.
O processo terapêutico ocorre em parceria. Psicólogo e paciente trabalham juntos, sendo o paciente ativo no seu processo e por meio de um conjunto de técnicas e procedimentos, baseadas nas teorias cognitivas, que auxiliam o Psicólogo Cognitivo-Comportamental é possível fazer alterações nas estruturas cerebrais e fazer mudanças significativas na vida do paciente. É possível fazer alterações nos processos mentais e fazer correções do sistema de crenças e pensamentos distorcidos que seriam responsáveis pela origem e manutenção dos sintomas.
Resumindo, com auxílio de técnicas e procedimentos é possível fazer mudanças significativas na vida do paciente. O paciente pode ter a sua vida transformada. A psicoterapia pode proporcionar melhor qualidade de vida quando existe no paciente uma ação comprometida. Muitas vezes o paciente não tem consciência das suas cognições, não sabe nomear e muito menos conhecem as funções das emoções e não tem ideia sobre como seus comportamentos são disfuncionais, ou seja, o quanto estão sendo prejudiciais a seus relacionamentos, ao seu trabalho, estudos, à sua saúde, etc..
ATENÇÃO!!
É importante ressaltar a importância de um profissional especializado em TCC, um Psicólogo Cognitivo e comportamental, para que a pessoa tenha um tratamento adequado como, por exemplo, fazer uma reestruturação cognitiva e comportamental. Nem todo psicólogo consegue dar conta de certas demandas da mente.
É comum na primeira avaliação clínica algumas pessoas me dizerem que já passaram por vários psicólogos e que não resolveram seus problemas. Quando perguntado se passaram por psicólogo TCC, dizem que não, ou, às vezes dizem sim, mas que não realizaram todo o processo terapêutico. Nesse sentido, devemos considerar alguns aspectos. Primeiro: acontece que, algumas pessoas não têm conhecimento de que na área da Psicologia existem especialistas tal como na medicina.
Quando uma pessoa sente dor na coluna procura um especialista, um médico ortopedista. Não procura um cardiologista, nem mesmo um dentista, por exemplo. Correto? Segundo: o tratamento na Terapia Cognitivo-Comportamental é estruturado, é um processo que requer adesão e compromisso do paciente, portanto, a resposta da psicoterapia não acontece da noite para o dia, assim como ninguém adoece de repente. Ainda que o paciente apresente bons resultados e melhora das suas queixas iniciais, deve seguir até o fim para que o tratamento tenha eficácia e, em alguns casos precisa-se trabalhar inclusive a recaída.
